quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Crónica de despedida de Raquel Freire
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Amor Descartável
14732421: Mas alguém morre de Amor hoje?
11161060: Compreendo a tua questão à luz da actual filosofia. Numa época em que se troca de amante como quem troca de blusa, como se pode morrer de Amor?
11161060: Compreendo a tua questão à luz da actual filosofia. Numa época em que se troca de amante como quem troca de blusa, como se pode morrer de Amor?
Por um lado, morre-se por qualquer razão hoje em dia. Por que não por Amor?
Por outro lado, acredito ser triste consequência de uma sociedade de rápido consumo, uma visão funcional do Amor. “Se não me serve mais, que vá para a reciclagem. Venha o próximo modelo”. Este torna-se o nosso principal padrão de interacção com o mundo, e logo, com o outro.
Todos os produtos se encontram numa estante ou montra ao alcance da mão. Para quê agarrar-nos a um velho e desgastado modelo de telemóvel ou amante, se é tão fácil mudar de, recomeçar numa folha em branco.
Todo o produto é temporário, e visa a satisfação das necessidades pessoais. Nesta equação simplista, basta pôr a palavra “Amor” sobre a palavra “Produto”.
Esta Sociedade do Consumo, é igualmente, e há bem mais tempo, uma Sociedade do Trabalho.
O Trabalho, que ainda há 20 anos atrás, era uma posto a ocupar para o resto da vida, é agora um barco em constante naufrágio, no qual “saltar para fora” se tornou uma Questão de Sobrevivência.
Antes, parecia normal comprar casa, fundar família. Era desejável que o Amor durasse, tal como o Trabalho e a Casa.
Agora, Trabalho Precário, Vida Precária, Amor Precário.
Quase ninguém pode comprar uma casa. Mesmo que tenha acesso a um crédito, quem poderá dizer com segurança que estará a trabalhar no próximo ano? Quem poderá dizer que não terá de emigrar para o outro lado do Mundo?
O cidadão adaptado terá que viver um Amor adaptado. Logo, Descartável.
Se Rejeitar adaptar-se, terá de prescindir do Amor, em sua versão Romântica, adoptando o Celibato Emocional, ou arriscar-se à Insanidade Mental/Morte, preço lógico da sua inadaptação
14732421: Acreditas então que se pode morrer de Amor?
11161060: Todos os dias, de Amor e tantas outras coisas. Mas nem tudo é mau, nem tudo é desespero.
Verdade que, por mais vezes do que seria desejável, morre-se de Amor, por abuso de drogas, suicídio na estrada, comportamento auto-destrutivo multivariado.
Outros morrem apenas para a Sociedade. Desaparecem na insanidade mental, em hospícios, ou como eremitas, numa paisagem remota, longe da vista do Amor.
Existe ainda uma terceira categoria de desesperados românticos, de inadaptados amantes, que morre apenas dentro de si, intimamente, psicologicamente. Perdem-se infindas vezes no deserto do desespero.
No entanto, por inacreditável magia ou ancestral vitalidade, seus corpos sobrevivem ao naufrágio da alma, e ganham nova vida à luz do Sol.
Renascem, pouco a pouco, Filhos da sua própria Dor.
Um penoso processo de Renovação Psíquica. Renascem para voltar a Amar, arriscando perder tudo, novamente.
Torna-se assim claro, que Amar com total entrega é um luxo para poucos.
Mas o que é uma Vida sem Amar assim?
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
sonho e exílio
"Começou com uma pessoa, como que electrocutada. Transformou-se numa estrutura de raios azuis e brancos, como se de um acidente inesperado se tratasse... logo em seguida contagiando as pessoas mais próximas, e daí contagiando mais pessoas, até todo o globo estar coberto por uma humanidade de azul eléctrico... e, num piscar de olhos, o eixo da Terra muda."
Este texto é um sonho que tive há muito pouco tempo... um sonho com cor, o que é muito estranho, principalmente depois de dormir só 5 horas após o ano novo... muito vivido, acordei em Lisboa com o coração acelerado... metafórico, suponho...
Não são raros os sonhos apocalípticos, são raros os sonhos com cor, os sonhos que podemos lembrar em noites poucos descansadas, depois de consumos de álcool exacerbados, sonhos que nos acordam em grande alvoroço, sem serem necessariamente pesadelos.
Não parece ser um Apocalipse o significado subjacente a este sonho, mas uma mudança drástica, uma mudança nunca antes experimentada por nós, uma mudança cujo cronometro não seja exactamente os alinhamentos galácticos, mas antes a humanidade, a sua transformação interna. Uma mudança para muito breve.
Talvez o sonho se refira apenas a mim, embora não acredite muito nisso (a visão de um globo terrestre desmente-o)... mas talvez se refira apenas a mim, já que pretendo sair do país muito em breve.
Não suporto mais este sonho podre, este estado zombie do cidadão português, que tudo pode fazer, mas prefere ficar no sofá frente à televisão, queixando-se entre dentes, indo, no máximo, uma ou duas vezes a Lisboa, desfilar na Avenida da Liberdade, sonhando agredir ou ser agredido por um bófia, ser tão miserável quanto ele.
Para trás ficam golpes de Estado, únicos momento de relativa mudança na história deste país, e reformas agrárias, projectos que permitiriam a auto-subsistência de largas parcelas da população, porque não dizer, do país, bem como reformas fiscais orientadas para uma maior justiça e igualdade social.
Para trás ficou a soberania do país e do cidadão.
Flutuamos assim na ilusão de uma possível mudança pacifica para algo melhor, que ninguém possui a coragem de especificar.
Eu não possuo mais energia para ilusões. Quando este Povo desejar verdadeira mudança, e construir essa mudança com suas próprias mãos, livre de potências estrangeiras e demagogias liberais, eu poderei voltar. Não esperarei, nem deitado... é grande, o mundo, e eu preciso dar corda ás minhas pernas.
Este texto é um sonho que tive há muito pouco tempo... um sonho com cor, o que é muito estranho, principalmente depois de dormir só 5 horas após o ano novo... muito vivido, acordei em Lisboa com o coração acelerado... metafórico, suponho...
Não são raros os sonhos apocalípticos, são raros os sonhos com cor, os sonhos que podemos lembrar em noites poucos descansadas, depois de consumos de álcool exacerbados, sonhos que nos acordam em grande alvoroço, sem serem necessariamente pesadelos.
Não parece ser um Apocalipse o significado subjacente a este sonho, mas uma mudança drástica, uma mudança nunca antes experimentada por nós, uma mudança cujo cronometro não seja exactamente os alinhamentos galácticos, mas antes a humanidade, a sua transformação interna. Uma mudança para muito breve.
Talvez o sonho se refira apenas a mim, embora não acredite muito nisso (a visão de um globo terrestre desmente-o)... mas talvez se refira apenas a mim, já que pretendo sair do país muito em breve.
Não suporto mais este sonho podre, este estado zombie do cidadão português, que tudo pode fazer, mas prefere ficar no sofá frente à televisão, queixando-se entre dentes, indo, no máximo, uma ou duas vezes a Lisboa, desfilar na Avenida da Liberdade, sonhando agredir ou ser agredido por um bófia, ser tão miserável quanto ele.
Para trás ficam golpes de Estado, únicos momento de relativa mudança na história deste país, e reformas agrárias, projectos que permitiriam a auto-subsistência de largas parcelas da população, porque não dizer, do país, bem como reformas fiscais orientadas para uma maior justiça e igualdade social.
Para trás ficou a soberania do país e do cidadão.
Flutuamos assim na ilusão de uma possível mudança pacifica para algo melhor, que ninguém possui a coragem de especificar.
Eu não possuo mais energia para ilusões. Quando este Povo desejar verdadeira mudança, e construir essa mudança com suas próprias mãos, livre de potências estrangeiras e demagogias liberais, eu poderei voltar. Não esperarei, nem deitado... é grande, o mundo, e eu preciso dar corda ás minhas pernas.
Somebody's sea
Swallowed by evil
Already gone
You and me
Watching the sea
Full of people
Already drowning
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