quarta-feira, 9 de junho de 2010

O CAPITALISMO SOMOS NÓS parte II

Num belo dia em que aqueles-que-comem decidam perceber de onde vem e como nasce a sua comida;
Decidam aprender com os poucos que ainda amam a terra e a cultivam a fazer crescer os seus frutos e como se alimentar deles;
Decidam construir
redes entre uns que se dedicam a plantar tomates e cebolas para as fazer trocar pelas batatas e cenouras que outros ajudaram a crescer;
Decidam perceber que no tempo que lhes restar dessa semana de 3 horas de cultivo da terra, uns poderão dedicar-se a ensinar os filhos dos vizinhos a ler ou a aprender matemáticas, outros dedicar-se a cozinhar essas batatas, cebolas e cenouras, e a oferecê-las numa tasca a alguém que traga um bom vinho ou bom pão;
Decidam usar esse tempo para se apropriar das técnicas elementares que lhes permitam acender lâmpadas, ouvir rádio, ver filmes, pôr camionetas a andar com restos de comida, recuperar casas, utilizar até à exaustão todos os objectos, todos os restos, todos os destroços que o capitalismo produziu à custa da anulação da sua vida;
Nesse dia as notas ficarão a apodrecer nos bancos e nas caixas registadoras, e serão papeis duros demais para limpar o cú.