terça-feira, 29 de março de 2011

A NOVA GERAÇÂO DE PROTESTO SOCIAL



Ou como o espírito de Maio de 68 ao cruzar-se com a tecnologia do sec. XXI gera uma nova geração de contestatários ao sistema dominante

quarta-feira, 23 de março de 2011

Puxa para cima a tua energia, de blasted mechanism

Exige a substituição da pergunta 32 dos censos 2011! Faz chegar a tua reclamação ao Provedor de Justiça

Os movimentos de trabalhadores/as precários/as FERVE, Precários Inflexíveis, Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual e os cidadãos Paula Gil, João Labrincha e Alexandre de Sousa Carvalho exigem a substituição da pergunta 32 dos censos 2011. A forma como é elaborada esta pergunta significa um branqueamento da situação de precariedade em que se encontram centenas de milhares de trabalhadores/as a falsos recibos verdes: «Se trabalha a "Recibos Verdes" mas tem um local de trabalho fixo dentro de uma empresa, subordinação hierárquica efectiva e um horário de trabalho definido deve assinalar a opção "trabalhador por conta de outrem".

Vamos todos exigir a substituição da pergunta número 32. Os precários não podem ser invisíveis nas estatísticas. Envia a tua queixa ao Provedor de Justiça (aqui) e divulga esta informação (clica em Ler mais...).
Possibilitar o conhecimento do número de falsos recibos verdes em Portugal é não só uma necessidade efectiva para a mudança da situação como uma demonstração de respeito a todas as pessoas que são tratadas pelo Estado como independentes (recibos verdes, segurança social, ausência de direitos) e que agora são informadas por esse mesmo Estado que, afinal, devem se considerar trabalhadores/as por conta de outrem.

Aqui reproduzimos o modelo de texto a seguir na reclamação apresentada (faz copy-paste das respostas para o formulário online):

terça-feira, 22 de março de 2011

2046. 1

2046

segunda-feira, 21 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

cantiga de um ladrão . uaninauei




Os Uaninauei apresentam o seu álbum de estreia "Lume de Chão" na Sociedade de Instrução Musical Morense, em Mora.
Depois de no ano passado a banda Uaninauei ter feito uma breve passagem pelo SIMM Live Fest, o seu percurso tem sido de um notável crescimento. Com o Lançamento do seu primeiro álbum, de 2 video clips, Passagem pelos melhores e mais conseituados bares de norte a sul e ainda concertos nas Lojas FNAC de todo o país. Desta vez, a SIMM é o seu destino. Esperamos um concerto inesquecível.
Uma preparação para as lutas sociais que se avizinham.

Hoje às 22:30, na Sociedade de Instrução Musical Morense, Mora, Évora

terça-feira, 8 de março de 2011

Geração à Rasca invadem jantar de Sócrates


"Precários nos querem! Rebeldes nos terão!" - foi com esta frase que manifestantes da Geração à Rasca invadiram um jantar da moção de José Sócrates em Viseu.

O Secretário Geral do PS ainda tentou desvalorizar e fazer pouco dos precários que invadiram a sua acção de campanha dizendo que era uma acção de Carnaval e que teria tido todo o gosto em ser simpático para eles e de os ter para jantar.

No entanto, os manifestantes que apelaram à participação na manifestação de 12 de Março, denunciaram as agressões e os insultos de que foram alvo pelos seguranças do Primeiro Ministro.
"Dia 12 ninguém nos cala" - disseram os activistas, juntando a sua voz às mais de 47 mil pessoas que já confirmaram presença no protesto da Geração à Rasca.
Notícias: TSFPúblicoSICTVI.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Homens da luta dão entrevista exclusiva à SIC




E eis que o inusitado, o mais extraordinário imprevisto aconteceu. Os Homens da Luta ganharam – por votação popular – o Festival da Canção que os levará brevemente a Dusserdolf, em representação do país no euro festival. Dito assim, parece pouco. Mas na verdade foi uma espécie de bomba carnavalesca que explodiu nas mãos do establishment apodrecido, mas empedernido na recuperação de alguns resquícios de seriedade no pântano lodoso em que se atasca. E logo gloriosas vozes furiosas, talvez ressuscitadas a alguns egrégios avós, se levantaram indignadas, chocadas.

Do fundo do pântano insurgem-se clamores de vários quadrantes e justificações variadas. Porque os homens da luta “desprestigiam a canção de protesto”, porque “não dignificam o país representando-o nos seus trajes ridículos e anacrónicos”, porque… em suma… “e a seriedade, senhores”?

Na verdade, nunca os Homens da Luta causaram tamanho desconforto. Até à data, reduziram as suas performances ao palco do espectáculo, devidamente categorizado e delimitado. São actores e como tal foram vistos até ao momento em que o véu caiu e a arquitectura, o esqueleto, das suas intervenções se desnudou. Ganhar o festivaleiro concurso, vencer o glamour vazio e as falsas lantejoulas dos restantes concorrentes, representa uma conquista em território inimigo, um tiro certeiro no coração do Império - um incitamento à revolta que se glosa a si mesmo, que ridiculariza o clássico discurso da política institucional, ainda reclamadora de uma seriedade impossível, porque sustentada e sustentadora de uma realidade circense. Num infindável jogo de espelhos de uma casa de horrores, saiu vitorioso o absurdo, o non-sense, a subversão estética de contornos inevitavelmente políticos, porque, em última análise, desmascara o grotesco apalhaçado em que se transformou a política institucional e o seu braço armado da cultura mainstream. Não pode haver seriedade no que não é sério.  

É conveniente recordar que o Festival da Eurovisão é um instrumento institucional da chamada cultura de massas. Consequentemente, a única forma intelectualmente séria de o considerar é reduzi-lo ao que em essência é: um espectáculo ridículo e risível, de forte cariz político. Não se pode, por inerência, colocar em causa a dignidade de um espectáculo que não a possui, porque nos considera indignos, reduzindo-nos a uma espectacular indigência intelectual.

Mas a surpresa e o choque de todos os que ainda não se libertaram das velhas linguagens estéticas e políticas, não se ficou por aqui. Esta vitória, decidida pelos anónimos dos 60 cêntimos mais Iva e, portanto, conseguida a troco de muitos votos populares, contrários à opinião de um júri “sério” e de uma plateia em traje de gala, revela a emergência de um novo poder que escapa totalmente ao controlo institucional. Como muito poucas vezes acontece, a voz da rebeldia descartou herculeamente, de sorriso nos lábios, forte convicção e a dois tempos, a pretensa seriedade do kitshcultural e do kitsh político.


Quem tem acompanhado as intervenções levadas a cabo pelo par perceberá certamente com facilidade que o que se glosa nas suas performances não é o protesto em si, ou a tradicional canção de intervenção, mas antes uma determinada forma de protestar, anacrónica sim (porque ainda herdeira de uma velha forma de fazer política), e por isso representada pelos adereços utilizados. Os que conheceram o visionário Zeca Afonso (o homem que já então se proclamava como o comité central de si próprio), lembrar-se-ão seguramente do quanto se deliciava com o refrão dos Trabalhadores do Comércio: “chamem a polícia, que eu não pago” que fez furor nos anos oitenta, independentemente da sua discutível qualidade musical e da sua inexistente pretensão literária.

Também no caso, a qualidade da intervenção dos Homens da Luta provém precisamente da sua discutível qualidade musical e literária. Pretender o contrário seria uma contradição interna irresolúvel – a qualidade é-lhe conferida, precisamente, pela recusa de uma linguagem estética “séria”, no sentido histórico do termo. Seria impossível desconstruir um discurso utilizando formas e conteúdos que se pretendem recusar.

O jogo de espelhos não terminará aqui.

Em Dusseldorf, os Homens da Luta serão o espectáculo que conferirá dignidade ao espectáculo. Serão os clowns que devolverão essa mesma imagem aos articuladores dos cordéis que comandam as nossas vidas de marionetas. Um exemplo de tamanha coragem só pode merecer aplausos.

domingo, 6 de março de 2011

Redondo Vocábulo



Cristina Branco, num belíssima versão de uma canção de Zeca Afonso.

Carta de Michael Moore aos estudantes de Wisconsin

Caros Estudantes:

Que inspiração, a de vocês, que se uniram aos milhares de estudantes das escolas de Wisconsin e saíram andando das salas de aula há quatro dias e agora estão ocupando o prédio do State Capitol e arredores, em Madison, exigindo que o governador pare de assaltar os professores e outros funcionários públicos! Tenho de dizer que é das coisas mais entusiasmantes que vi acontecer em anos.

Vivemos hoje um fantástico momento histórico. E aconteceu porque os jovens em todo o mundo decidiram que, para eles, basta. Os jovens estão em rebelião – e é mais que hora!

Vocês, os estudantes, os adultos jovens, do Cairo no Egipto, a Madison no Wisconsin, estão começando a erguer a cabeça, tomar as ruas, organizar-se, protestar e recusar a dar um passo de volta para casa, se não forem ouvidos. Totalmente sensacional!

O poder está tremendo de medo, os adultos maduros e velhos tão convencidos que fizeram um grande trabalho ao calar vocês, distraí-los com quantidades enormes de tretas, até que vocês se sentissem impotentes, mais uma engrenagem da máquina, mais um tijolo do muro. Alimentaram vocês com quantidades absurdas de propaganda sobre “como o sistema funciona” e mais tantas mentiras sobre o que aconteceu na história, que estou admirado de vocês terem derrotado tamanha quantidade de lixo e estejam afinal vendo as coisas como as coisas são.

Fizeram o que fizeram, na esperança de que vocês ficariam de bico fechado, entrariam na linha e obedeceriam ordens e não sacudiriam o bote. Porque, se agitassem muito, não conseguiriam arranjar um bom emprego! Acabariam na rua, um freak a mais. Disseram que a política é suja e que um homem sozinho nunca faria diferença.

E por alguma razão bela, desconhecida, vocês recusaram-se a ouvir. Talvez porque vocês deram-se conta que nós, os adultos maduros, lhes estamos entregando um mundo cada vez mais miserável, as calotas polares derretidas, salários de fome, guerras e cada vez mais guerras, e planos para empurrá-los para a vida, aos 18 anos, cada um de vocês já carregando a dívida astronómica do custo da formação universitária que vocês terão de pagar ou morrerão tentando pagar.

Como se não bastasse, vocês ouviram os adultos maduros dizer que vocês talvez não consigam casar legalmente com quem escolherem para casar, que o corpo de vocês não pertence a vocês, e que, se um negro chegou à Casa Branca, só pode ter sido falcatrua, porque ele é imigrado ilegal que veio do Quénia.

Sim, pelo que estou vendo, a maioria de vocês rejeitou todo esse lixo. Não esqueçam que foram vocês, os adultos jovens, que elegeram Barack Obama. Primeiro, formaram um exército de voluntários para conseguir a indicação dele como candidato. Depois, foram as urnas em números recordes, em Novembro de 2008. Vocês sabem que o único grupo da população branca dos EUA no qual Obama teve maioria de votos foi o dos jovens entre 18 e 29 anos? A maioria de todos os brancos com mais de 29 anos nos EUA votaram em McCain – e Obama foi eleito, mesmo assim!

Como pode ter acontecido? Porque há mais eleitores jovens em todos os grupos étnicos – e eles foram às urnas e, contados os votos, viu-se que haviam derrotado os brancos mais velhos assustados, que simplesmente jamais admitiriam ter no Salão Oval alguém chamado Hussein. Obrigado, aos eleitores jovens dos EUA, por terem operado esse prodígio!

Os adultos jovens, em todos os cantos do mundo, principalmente no Oriente Médio, tomaram as ruas e derrubaram ditaduras. E, isso, sem disparar um único tiro. A coragem deles inspira outros. Vivemos hoje momento de imensa força, nesse instante, uma onda empurrada por adultos jovens está em marcha e não será detida.

Apesar de eu, há muito, já não ser adulto jovem, senti-me tão fortalecido pelos acontecimentos recentes no mundo, que quero também dar uma mão.

Decidi que uma parte da minha página na Internet será entregue aos estudantes de nível médio para que eles – vocês – tenham meios para falar a milhões de pessoas. Há muito tempo procuro um meio de dar voz aos adolescentes e adultos jovens, que não têm espaço nos mass média. Por que a opinião dos adolescentes e adultos jovens é considerada menos válida, na mass média, que a opinião dos adultos maduros e velhos?

Nas escolas de segundo grau em todos os EUA, os alunos têm ideias de como melhorar as coisas e questionam o que vêem – e todas essas vozes e pensamentos são ou silenciadas ou ignoradas. Quantas vezes, nas escolas, o corpo de alunos é absolutamente ignorado? Quantos estudantes tentam falar, levantar-se em defesa de uma ou outra ideia, tentar consertar uma coisa ou outra – e sempre acabam sendo vozes ignoradas pelos que estão no poder ou pelos outros alunos?

Muitas vezes vi, ao longo dos anos, alunos que tentam participar no processo democrático, e logo ouvem que colégios não são democracias e que alunos não têm direitos (mesmo depois de a Suprema Corte ter declarado que nenhum aluno ou aluna perde seus direitos civis “ao entrar o prédio da escola”).

Sempre fico abismado ao ver o quanto os adultos maduros e velhos falam aos jovens sobre a grande “democracia” dos EUA. E depois, quando os estudantes querem participar daquela “democracia”, sempre aparece alguém para lembrá-los de que não são cidadãos plenos e que devem comportar-se, mais ou menos, como servos semi-incapazes. Não surpreende que tantos jovens, quando se tornam adultos maduros, não se interessem por participar do sistema político – porque foram ensinados pelo exemplo, ao longo de 12 anos da vida, que são incompetentes para emitir opiniões em todos os assuntos que os afectam.

Gostamos de dizer que há nos EUA essa grande “imprensa livre”. Mas que liberdade há para produzir jornais de escolas de segundo grau? Quem é livre para escrever em jornal ou blog sobre o que bem entender? Muitas vezes recebo matérias escritas por adolescentes, que não puderam ser publicadas em seus jornais de escola. Por que não? Porque alguém teria direito de silenciar e de esconder as opiniões dos adolescentes e adultos jovens nos EUA?

Em outros países, é diferente. Na Áustria, no Brasil, na Nicarágua, a idade mínima para votar é 16 anos. Na França, os estudantes conseguem parar o país, simplesmente saindo das escolas e marchando pelas ruas.

Mas aqui, nos EUA, os jovens são mandados obedecer, sentar e deixar que os adultos maduros e velhos comandem o show.

Vamos mudar isso! Estou abrindo, na minha página, um “JORNAL DA ESCOLA” [orig. "HIGH SCHOOL NEWSPAPER", em http://mikeshighschoolnews.com/ ]. Ali, vocês podem escrever o que quiserem, e publicarei tudo.

Também publicarei artigos que vocês tenham escrito e que foram rejeitados para publicação nos jornais das escolas de vocês. Na minha página vocês serão livres e haverá um fórum aberto, e quem quiser falar poderá falar para milhões.

Pedi que minha sobrinha Molly, de 17 anos, dê o pontapé inicial e cuide da página pelos primeiros seis meses. Ela vai escrever e pedir que vocês mandem suas histórias e ideias e seleccionará várias para publicar em MichaelMoore.com. Ali estará a plataforma que vocês merecem. É uma honra para mim que se manifestem na minha página e espero que todos aproveitem.

Dizem que vocês são “o futuro”. O futuro é hoje, aqui mesmo, já. Vocês já provaram que podem mudar o mundo. Aguentem firmes. É uma honra poder dar uma mão.

sexta-feira, 4 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011