quinta-feira, 23 de julho de 2009

Revolução Salgada

Existe algo de profundamente inspirador na areia destas praias, neste sol, neste sal.

Existe algo mágico no acto de um homem/mulher esticar uma toalha e um corpo perante um grande oceano.
Apenas uma toalha e um corpo.

Nada de televisões, crises económicas internacionais, Gripes Ás ou Zs numa cidade de outro continente, nenhum salvador, nenhum ditador, nenhum presidente dos EUA.
Nenhum crédito, nenhum débito a um banco em falência, nenhum plano económico, nenhuma comissão europeia, nenhuma prestação de um carro ou casa.

Apenas uma toalha e um corpo.
E todo o sal do Mediterrâneo ou Atlântico.

Nada poderia estar mais perto de Deus ou do Nirvana...

Abandonemos então nossas casas e empregos, subsídios e outras compensações sociais, para encher de bolachas e leite nossas mochilas de peregrinos, e estendamos nossas toalhas sobre as areias das praias, sob o sol, através do sal de nossas vidas e oceanos emocionais, abandonados na intensa luz branca que nos abraça, quando os nossos corpos se deitam em suas libertárias toalhas, ou mergulham em ondas do Oceano-deus, do nirvana-Solar.

Abandonai então a civilização de Betão.
Regressai ao intemporal paraíso das praias, de onde nunca deveríamos ter saído, para agora, finalmente, nossas almas regressarem a casa, ao todo celeste, ao colo do Paí.

Sou português

Sou português...32 anos, recém licenciado, professor nas novas oportunidades, recibos verdes, 2 a 3 meses de atraso para receber um ordenado. Trabalho para o Estado, mas ele não quer reconhecer a minha existência. E eu gostava que ele não existisse. Talvez o inicio de uma boa amizade.

Quase que me faz rir sempre que a TV fala da gripe suína, ou da importãncia e visibilidade que Portugal ganha, ao enviar soldados para combater no Afeganistão, país tão histórica e geograficamente afastado de nós, e em plena era Obama... Sou português