Estas bem poderão ser as novas palavras de ordem nas ruas, as novas canções de luta das imensas classes exploradas.
Muitas explicações poderiam ser dadas como justificação, darei apenas a minha.
Após anos de luta, os trabalhadores precários de Portugal (na sua maioria jovens que não usufruíram da oportunidades pós-abril dos anos oitenta, em que se poderia ultrapassar a possibilidades da sua classe social) reuniram 12 mil assinaturas, para levar o tema dos falsos recibos verdes ao parlamento. Como o conseguiram, num universo de 900 000 trabalhadores a recibos verdes, é um mistério.
Chegados ao parlamento foram, obviamente, apoiados com propostas do Bloco e do PCP. Mas a proposta do PS, que vingou com os votos do CDS, foi um gigantesco passo atrás, uma forte lição nuns meninos rebeldes com a mania de quererem participar numa democracia representativa que não é a deles.
Assim, a partir de agora, um trabalhador que tenha uma queixa contra o seu patrão, deverá pô-lo em tribunal sozinho, isto é, individualmente, às suas próprias custas. E se tiver uma dívida na segurança social, os tais 30% que o patrão não se quer responsabilizar, só poderá queixar-se em tribunal se tiver no banco soma igual ou maior àquela que deve.
Quem representa esta democracia?
A mim não. Aos precários não. Aos desempregados não. Aos trabalhadores não. Aos idosos não. Aos jovens não.
Para que defendê-la então?
Convido assim a todos os que se dizem esquerdistas e se sentam neste parlamento, para o abandonarem, e se juntarem a nós na Rua, novo parlamento do povo português.
Convido assim a todos os que se dizem esquerdistas e se sentam neste parlamento, para o abandonarem, e se juntarem a nós na Rua, novo parlamento do povo português.
E assim cantaremos juntos “só queremos ver o Parlamento a arder”