Lembrar-te-ás, meu amor, da nossa terra mãe, das florestas de palmeiras e infinitas fontes. Onde hoje só há deserto, mas antes jorravam leite e mel de todas as árvores, há tantos milhares de anos, há tantas eras atrás?
És a perfeita encarnação desse belo povo que foi o nosso, e que renascerá na aurora da nova era.
Teus olhos de amêndoa e mel, doces como as mais doces tâmaras, são prova da tua tão abençoada ascendência, e teus lábios carnudos, convite à luxúria da vida, pura demonstração da fertilidade e beleza do nosso povo, entregue a esta Terra para se multiplicar em filhos e sonhos, e constituírem as mais belas flores humanas sobre a superfície deste nobre e sábio planeta.
Nós fomos criados para o Amor, minha querida. Não apenas para nosso deleite, mas para a criação e recriação do Éden, do paraíso perdido que nunca se perdeu, pois vive em nós.
Os obstáculos, medos e guerras, não são mais que os instrumentos que refinaram e moldaram os diamantes que nós somos.
Já é tempo de abrirmos nossos olhos para o paraíso da era de ouro onde, na verdade, sempre habitamos nestas últimas centenas de vidas.
És tu, meu amor, a minha grande aventura, a aventura de uma vida, a vida que é uma aventura.
Não é apenas o insano desejo de enfiar um inflamado pénis em todo o rego-seio-boca-orificio do teu corpo, mas igualmente uma profunda contemplação do milagre que é a tua presença na minha insignificante existência. Devo ter sido um excelente ser humano em anteriores vidas, para ter o direito a ser, por ti, amado.
Será assim que, ao fazermos amor, alimentaremos a elevação do cosmos, e a construção do Éden Terrestre. Porque esperamos?
Compreendo agora porque, cada vez que mergulhava entre as tuas pernas, um Sol nascia atrás da tua cabeça, e teus cabelos se tornavam espirais trepadeiras, ultra floridas, crescendo até envolverem nossos corpos, mergulhando na terra, até ao palpitante coração do planeta.
Com minhas mãos farei um abençoado colar de cristais de pirite e gemas de mármore rosa, para que, quando o uses, ele te percorra o suave peito, a doce barriga, chegando ao delta de Vénus, onde a tua flor de carne aguarda pelo meu leite e sal, altura em que a infinita Luz te invade, tornando os cristais incandescentes, abrindo-se assim um portal dimensional que atravessa o teu corpo, e por onde escaparemos, voando sobre o atávico Nirvana do povo das estrelas.