sábado, 6 de novembro de 2010

A Revolução é Inevitável


Exércitos  de presidentes do concelho, administrações e confusões bancárias, gestores e economistas, génios da usura e alfarrabistas enchem nossos jornais discursando a tão necessária politica de desastre económico, a maior exploração dos já tão explorados, como salvação das suas inacreditáveis jogadas de infinito lucro, com infinita destruição do valor do nosso trabalho, do nosso esforço, da nossa esperança.


Agora já se atrevem mesmo  falar do suposto auxílio do FMI. Eu acho fantástico. Não só estou endividado até ao fim da minha vida tão natural quanto possível, bem como qualquer cidadão português, como agora também os meus filhos por nascer, que já têm de pagar boa parte da divida actual, estarão endividados (escravizados, porque não) com o FMI até ao fim das suas vidas naturais, passando, quiçá, dividas para meus netos por imaginar.


Até onde perpetuaremos esta insanidade, esta ignóbil escravatura, que não nos permite uma vida inteira, livre, onde possamos usufruir de nosso próprio trabalho, segundo nossas regras, escritas por nossas mãos?


Mas só nos vendem medo. Medo e insegurança, para que precisemos sempre de uma mão paternal forte que nos proteja, ainda que só consigamos uma mão forte para nos oprimir.


Sempre houve revoluções em Portugal. Nenhuma Utopia foi atingida, mas as gerações revolucionarias conseguiram roubar o poder aos seus opressores, para serem eles os opressores, décadas depois.


Reconhecendo assim os preços da Revolução, não deixo, no entanto, de reconhecer igualmente a necessidade de Revolução, se desejarmos ter filhos, sustentar nossos filhos, criar mundo onde eles possam viver melhor do que nós vivemos hoje.


Assim afirmo aqui que a Revolução é inevitável para a nossa sobrevivência. 


Repito. A Revolução é Inevitável.

Mas ficam as questões: Que Revolução desejamos para nós? Que Revolução é possível?


E se não quisermos enfrentar a Revolução como inevitável, quanto tempo mais aguentaremos esta escalada de miséria a todos os níveis? Quatro anos? Quatro décadas?  E para quê?